Etapa do (re)CONEXÕES em Manaus reforça importância da Amazônia na política museal brasileira

Evento realizado no Palacete Provincial reuniu artistas, gestores culturais, representantes de comunidades tradicionais e profissionais do setor museal em dia de escuta e construção coletiva

Foto: Divulgação

Com apoio do Governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Manaus recebeu mais uma edição do programa (re)CONEXÕES — uma iniciativa do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), voltada à escuta pública e à formulação participativa de políticas para o setor museal. Realizado no Palacete Provincial, no último dia 29 de julho, o evento reuniu artistas, fazedores de cultura, representantes de comunidades tradicionais, profissionais de museus e integrantes do Ministério da Cultura para um dia de debates, troca de experiências e construção coletiva.

A programação contou com atividades culturais e momentos de escuta ativa e colaboração. Pela manhã, o público foi recepcionado com apresentações da Cle Cle Eventos e do Corpo de Dança do Amazonas, com o espetáculo TA | Sobre Ser Grande. Em seguida, foi apresentada a metodologia do (re)CONEXÕES 2025, que nesta etapa tem como foco três grandes frentes de discussão: O Sistema Brasileiro de Museus (SBM), com o objetivo de ampliar a representatividade no setor e integrar entidades, grupos sociais e associações museais; o Sistema de Participação Social do Ibram (SPAS), voltado à criação de instâncias consultivas e deliberativas que fortaleçam a gestão colaborativa como princípio e método das políticas museais; e o Fórum Nacional de Museus, espaço central de diálogo e deliberação do campo museológico no Brasil. 

Essas propostas foram debatidas ao longo do dia em Grupos de Trabalho, nos quais os participantes puderam contribuir com experiências locais, análises críticas e sugestões para o novo Plano Nacional Setorial de Museus (PNSM) 2025–2035.

Pela manhã, a presidente da Associação Crioulas, Keilah Fonseca, apresentou a palestra “Resistência do Matriarcado no Quilombo Urbano do Barranco de São Benedito”, destacando a memória, a força das mulheres negras e a luta cotidiana por reconhecimento e permanência no território. No período da tarde, a Cle Cle Eventos retornou com uma intervenção em mímica, abrindo espaço para a realização dos Grupos de Trabalho (GTs), principal ferramenta de escuta do programa.

“O (re)CONEXÕES é um espaço de diálogo e de reconstrução de políticas públicas. Estamos aqui hoje para debater três eixos importantes: o sistema brasileiro de museus, o sistema de participação social e o Fórum Nacional de Museus. O objetivo é ouvir cada região do país, sistematizar essas contribuições e devolvê-las ao campo para a formulação de políticas mais representativas”, afirmou Vera Mangas, coordenadora de Participação Social do Ibram.

O evento reforça a importância da parceria entre o Ibram e a Secretaria de Cultura do Amazonas, como destacou Michel Correia, chefe de assessoria de relações institucionais do Instituto: “Esse encontro reforça a nossa parceria com o Estado do Amazonas, que vai sediar o próximo Fórum Nacional de Museus. Para nós, é fundamental que as políticas públicas sejam discutidas com todos os eixos federativos, ouvindo as realidades locais de forma ampla e democrática.”

Representando o Ministério da Cultura, Ruan Octávio, coordenador do MINC, destacou o momento como um marco para a cultura no estado: “Essa retomada significa também reconectar os fazedores de cultura, os trabalhadores e trabalhadoras dos museus. Estamos aqui para pensar políticas efetivas para os museus no Brasil, e sobretudo para encontrar caminhos que levem essas políticas até os municípios do interior, onde o acesso ainda é limitado.”

A realização do (re)CONEXÕES em Manaus marca a presença ativa do Amazonas no processo de formulação das políticas nacionais para a memória, reconhecendo a diversidade cultural e social da região como essencial para o futuro do setor museal brasileiro.

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