Em mais uma noite de casa lotada, a estreia do espetáculo “Mater Dolorosa” foi um sucesso, arrancando aplausos de pé do público presente no Teatro Amazonas, na noite do último sábado (25/05), durante o 22º Festival Amazonas de Ópera (FAO). A apresentação contou com a presença do secretário especial de Cultura do Ministério da Cidadania, Henriques Pires, que veio a Manaus cumprir agenda voltada para a Economia Criativa. A próxima apresentação de “Mater Dolorosa” acontece na quarta-feira (29), às 20h.
O FAO é realizado pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC), com patrocíniomaster do Bradesco, através da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cidadania e Secretaria Especial de Cultura. A abertura do FAO foi no dia 26 de abril e o evento segue com apresentações de ópera, recitais e concertos até 30 de maio.
Em 80 minutos de espetáculo, o maestro Átila de Paula comandou a Orquestra de Câmara do Amazonas (OCA), que interpretou “Stabat Mater”, do compositor italiano Giovanni Pergolesi, obra cujo tema retrata musicalmente a dor de Maria ao ver seu filho Jesus na cruz. No contexto de “Mater Dolorosa”, a coreografia do Balé Experimental do Corpo de Dança do Amazonas e o cenário representavam o homem e a destruição que causa ao mundo com a poluição. A Mãe Natureza chorosa teve sua voz ouvida por duas solistas – a soprano Dhijana Nobre e a mezzo-soprano Talita Azevedo.
Após a estreia, Átila de Paula declarou a sensação de dever cumprido. “Depois dessa estreia, sinto muito amor pela ‘criança’ que acabou de nascer. Foi um processo bem difícil de conceber cenicamente, e ainda tive que trabalhar a música ao mesmo tempo que trabalhava os elementos do palco. Foi uma missão mesmo. Mas como toda boa missão que termina bem, temos a sensação de dever cumprido. Mas ainda não acabou, pois tem mais uma récita, e a expectativa é que possamos fazer tudo ainda melhor”, disse o maestro, o primeiro amazonense a reger uma ópera no FAO.
Átila de Paula ressalta, entretanto, que nada seria possível sem a colaboração de todos os envolvidos durante o processo de criação de “Mater Dolorosa”, o que ficou claro ao final do espetáculo, quando todos os responsáveis pela produção da obra subiram ao palco para receberem aplausos. “É uma sensação de orgulho por uma série de fatores, e de também por ter contado com essa equipe maravilhosa do teatro e que cuida do FAO. ‘Mater’ foi uma criação coletiva, todo mundo se juntou democraticamente para construir esse espetáculo. Tenho muito orgulho e amor por esse time brilhante”, destacou.
Surpreendente – Em Manaus, para participar do “Encontro de Teatros de Ópera e a Economia Criativa na América Latina” e a assinatura de acordo de colaboração entre o governo federal e a Ópera Latinoamérica (OLA), o secretário especial de Cultura do Ministério da Cidadania, Henrique Pires, assistiu ao espetáculo e se disse satisfeito em poder conhecer Manaus durante o Festival Amazonas de Ópera.
“Já entrei com pé direito na cidade, bem no momento em que esse festival tradicional na cultura latinoamericana está acontecendo. Já pude constatar que é uma edição bastante pujante pela qualidade das peças e do elenco, tudo por conta do trabalho que vem sendo desenvolvido aqui”, disse Pires, parabenizando, ainda, o secretário de Cultura do Amazonas, Marcos Apolo Muniz, e o governador Wilson Lima, por manterem o festival ativo. “A tradição operística é valiosa e precisa ser mais estimulada. É difícil encontrar equipamentos tão qualificados como esse da Secretaria de Cultura do Amazonas, que possam fazer a ocupação do palco de maneira tão competente”, completou.
“É uma satisfação enorme ter uma programação que valoriza nosso artista local, com nosso Balé Experimental, a Orquestra de Câmara, e o coral. Foi um espetáculo belíssimo e certamente uma preparação do que temos pela frente nessa reta final do Festival Amazonas de Ópera”, completou o secretário de Cultura, Marcos Apolo Muniz.
Sobre o Festival Amazonas de Ópera – O FAO começou no dia 26 de abril e segue com apresentações de ópera, recitais e concertos até 30 de maio. Em 2019, o Festival celebra o centenário de nascimento do maestro e compositor amazonense Claudio Santoro. Compõe a programação do evento, a apresentação das óperas “Alma”, de Santoro; “Ernani”, de Giuseppe Verdi; “Maria Stuarda”, de Gaetano Donizetti; “Tosca”, de Giacomo Puccini; e “Mater Dolorosa”, baseada na cantata “Stabat Mater Dolorosa”, de Giovanni Pergolesi.
Os ingressos para o FAO 2019 estão à venda na bilheteria do Teatro Amazonas e pelo site Bilheteria Digital (www.bilheteriadigital.com/teatroamazonas), com valores que vão de R$ 2,50 a R$ 60.
A programação do Festival abrange, ainda, o Recital Bradesco, com canções compostas por Claudio Santoro; o projeto “Ópera Mirim”; o encontro “Os Teatros de Ópera e a Economia Criativa na América Latina”, voltado para apresentar dados e casos de sucesso sobre a Indústria da Ópera na América Latina; e “Mulheres da Ópera”.
Sobre o Bradesco Cultura – Com centenas de projetos patrocinados anualmente, o Bradesco acredita que a cultura é um agente transformador da sociedade. O Banco apoia iniciativas que contribuem para a sustentabilidade de manifestações culturais que acontecem de norte a sul do País, reforçando o seu compromisso com a democratização da arte. São eventos regionais, feiras, exposições, centros culturais, orquestras, musicais e muitos outros, além do Teatro Bradesco em São Paulo. Fazem parte do calendário 2019 atrações como o musical O Fantasma da Ópera e o Natal do Bradesco, em Curitiba.
Ficha técnica:
Dhijana Nobre: soprano
Thalita Azevedo: mezzo-soprano
Balé Experimental do Corpo de Dança do Amazonas
Grupo Vocal dos Corpos Artísticos
Orquestra de Câmara do Amazonas
Direção Musical, Cravo, Concepção Cênica: Átila de Paula
Coreografia: Monique Andrade
Cenários: Giorgia Massetani
Figurinos: Laura Françozo
Desenho de Luz: Fábio Retti