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A arrebatadora Tosca ganha vida na pele da soprano Daniella Carvalho

Foto: Michael Dantas/SEC

Dramática, ciumenta, intensa. Quem assiste à soprano Daniella Carvalho dando vida à personagem principal de “Tosca” se depara com uma interpretação que arranca elogios de quem a prestigia. Com um enredo cheio de tensão, paixão e tortura, e um elenco formidável, o espetáculo será apresentado novamente neste domingo (19/05), às 19h, no Teatro Amazonas, como parte da programação do 22º Festival Amazonas de Ópera (FAO). “Tosca” estreou no FAO no dia 11 deste mês e foi reapresentada nesta última sexta-feira (17/05).

O FAO é realizado pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC), com patrocínio master do Bradesco, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cidadania e Secretaria Especial de Cultura. A abertura foi no dia 26 de abril e o evento segue com apresentações de ópera, recitais e concertos até 30 de maio.

“Achei muito legal essa ópera. Não imaginei que terminaria assim. E teve de tudo! Amor, brigas, tortura. A intérprete de Tosca tem uma presença de palco maravilhosa. Não consegui desgrudar os olhos em nenhum momento”, disse Paula Silva, que foi assistir à segunda récita da ópera.

Um sonho – “Tosca é um papel arrebatador de uma mulher forte emocional e socialmente, que Puccini tão genialmente musicou de uma maneira que prende a atenção do começo ao fim da obra. É o sonho de todo soprano”, conta a solista Daniella Carvalho, que interpreta a personagem pela quarta vez.

Em três atos, a ópera é focada nos três personagens principais. Mario Caravadossi (Fernando Portari) e Floria Tosca estão apaixonados, porém o pintor é simpatizante de Napoleão e é perseguido por Scarpia (Rodrigo Esteves), que é obcecado pela cantora de ópera. Assim fica criado o cenário para uma tragédia.

Daniella diz que, para interpretar Tosca, é preciso muita maturidade vocal. “Esse papel exige, também, maturidade técnica e interpretativa. Como tem muitos matizes de personalidade e de som, é preciso saber escolher o que usar e onde”, ressaltou.

“Tosca” estreou em 1900 no Teatro Costanzi, em Roma, e é baseada em uma peça do dramaturgo francês Victorien Sardou, de 1887. É uma das óperas mais cinematográficas de Giacomo Puccini e, no FAO, ganha vida com a Amazonas Filarmônica, Coral do Amazonas e Coral Infantil do Liceu de Artes e Ofícios Claudio Santoro. O espetáculo tem duração de três horas.

De acordo com a soprano, a preparação para uma apresentação dessa magnitude é diária. “Eu me preparo física e intelectualmente. Tem que se saber bem a partitura, colocar o papel ‘in gola’, como se diz na ópera – confortavelmente no corpo e na voz da personagem, ler sobre a obra e em quem foi baseada, ouvir as tradições… E aí escolher como vai ser a minha Tosca. Ela traz a minha história de vida e experiências para o personagem e fisicalidade, para me tornar um corpo emprestado para ela surgir”, revelou.

Ao lado do tenor Fernando Portari – que estreou no papel de Cavaradossi em Manaus – e do barítono Rodrigo Esteves, que interpreta o vilão Scarpia, Daniella compõe um trio escolhido a dedo pelo maestro Luiz Fernando Malheiro.

“Não poderíamos ter um elenco mais qualificado. O trio principal tem uma química fortíssima. Daniella tem um poder de interpretação excelente e já encenou Tosca na Rússia. O Rodrigo Esteves interpreta Scarpia de forma muito inteligente e o Fernando Portari continua sendo o maior tenor brasileiro em ação no Brasil”, afirma Malheiro.

Para Daniella, fazer parte desse elenco é um grande presente. “Contracenar com esses dois, que são grandes cantores, artistas e colegas é incrível. Eles são forças da natureza em cena, com vozes lindas, personagens sólidos e abertos para a troca. É muito bom poder ter parceiros em cena assim – um está lá pelo outro, para o outro e, acima de tudo, para a música e a arte”, complementou.

Sobre o 22º FAO – Em 2019, o Festival Amazonas de Ópera celebra o centenário de nascimento de Claudio Santoro, com a apresentação da ópera “Alma”, do compositor e maestro amazonense. A programação conta com “Ernani”, de Giuseppe Verdi, já apresentado; “Maria Stuarda”, de Gaetano Donizetti; “Tosca”, de Giacomo Puccini; e “Mater Dolorosa”, baseada na cantata “Stabat Mater Dolorosa”, de Giovanni Pergolesi.

Os ingressos para o FAO 2019 estão disponíveis na bilheteria do Teatro Amazonas e pelo site Bilheteria Digital (www.bilheteriadigital.com/teatroamazonas), com valores que vão de R$ 2,50 a R$ 60.

A programação paralela conta com o Recital Bradesco, com canções compostas por Claudio Santoro; projeto “Ópera Mirim”; o encontro “Os Teatros de Ópera e a Economia Criativa na América Latina”, voltado para apresentar dados e casos de sucesso sobre a Indústria da Ópera na América Latina; concerto do Dia das Mães, já ocorrido, e “Mulheres da Ópera”.

Sobre o Bradesco Cultura – Com centenas de projetos patrocinados anualmente, o Bradesco acredita que a cultura é um agente transformador da sociedade. O Banco apoia iniciativas que contribuem para a sustentabilidade de manifestações culturais que acontecem de norte a sul do País, reforçando o seu compromisso com a democratização da arte.

São eventos regionais, feiras, exposições, centros culturais, orquestras, musicais e muitos outros, além do Teatro Bradesco em São Paulo. Fazem parte do calendário 2019 atrações como o musical “O Fantasma da Ópera” e o Natal do Bradesco, em Curitiba.

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