Nos bastidores, profissionais celebram a oportunidade de retomar as atividades
Manuella Barros
Da Secretaria de Cultura e Economia Criativa
A segunda temporada de “A Caixa Mágica do Natal”, projeto que integra a programação natalina do Governo do Amazonas por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, segue em cartaz no Teatro Amazonas até o dia 23 de dezembro. Com texto de Thaís Vasconcelos e direção cênica de Matheus Sabbá, no palco, o espetáculo traz como mensagem o ressignificado do Natal enquanto, nos bastidores, o sentimento é de recomeço em meio a pandemia do novo coronavírus.
É o caso de Stefane Mota, camareira de figurino há cincos anos, contratada para trabalhar um mês no musical, especialmente para atender aos bailarinos do Corpo de Dança do Amazonas e do Balé Folclórico do Amazonas, com mais cinco profissionais temporários.
“Para mim, é muito importante trabalhar no Natal. Fiquei parada desde março e agora tenho a chance de estar aqui, apesar de ser apenas um mês de contrato”, conta Stefane. “É uma boa oportunidade para nós e para a nossa família, porque ajudamos muita gente”.
Marlene Stone também é prestadora de serviço em eventos há oito anos e trabalha com os figurantes do espetáculo. Ela explica que compõe a equipe da Central Técnica de Produção (CTP) em ocasiões como Festival Amazonas de Ópera e temporada natalina.
“É o primeiro trabalho desde o início da pandemia e eu só tenho a agradecer, porque estava muito difícil e a Cultura me chamou para atuar no concerto de Natal”, afirma a camareira de figurino.
Com mais de 25 anos como técnico em construção e montagem de cenário, Jorge Gomes destaca que o espetáculo veio ajudar os trabalhadores que não têm carteira assinada.
“Por conta da pandemia, estamos com quadro reduzido, com dez pessoas na equipe de execução e técnica de montagem, mas estamos trabalhando, temos esse suporte financeiro no final do ano e não estamos abandonados”, comemora Jorge.
Intérprete de Pepper na “A Caixa Mágica do Natal”, o ator e cantor Akilles Anderson conta que, devido a suspensão dos eventos, passou a vender pão em casa, junto com a mãe, para contribuir com a renda da família.
“O espetáculo trouxe a oportunidade de coisas boas e tem me ensinado que preciso amar muito aquilo que eu faço, para, assim, transmitir no palco o amor para as pessoas que estão precisando”, declara.
A atriz Sarah Margarido destaca que estar no palco de novo, no final do ano, depois de um 2020 difícil para a classe artística é muito mais do que falar de arte.
“É falar sobre a responsabilidade de trazer esperança para o público dolorido com que está acontecendo”, afirma a artista. “É mostrar que ainda existe magia, existe alegria”.
Em números – A programação natalina contribui para geração de emprego e renda. Somente o espetáculo “A Caixa Mágica do Natal” contrata, diretamente, cerca de 75 profissionais, entre artistas, técnicos, camareiras, pintores e marceneiros.
Indiretamente esse número quase dobra, só para os serviços de manutenção da árvore de Natal do Largo são 60 trabalhadores; produção, gravação e iluminação do musical são mais 48 técnicos. A programação natalina movimenta ainda outros setores como alimentação, comunicação visual, transporte e lavanderia, já que o figurino deve ser lavado e higienizado para os espetáculos.