Criada em 2009, a Orquestra Barroca do Amazonas (OBA), grupo residente na Universidade do Estado do Amazonas (UEA), celebrará os 10 anos de atividade do grupo com um concerto comemorativo no próximo sábado (7/12), às 19h, no Centro Cultural Palácio Rio Negro, localizado na avenida Sete de Setembro, 1.546, Centro. O evento será gratuito.
O grupo apresentará um repertório especial com algumas novidades: dentre as três obras de Johann Sebastian Bach, está a estreia da noite, o “Concerto em Dó Maior para dois cravos e orquestra”, com a participação do cravista francês Corentin Charlot. Na sequência, a OBA toca a ária da “Cantata BWV115” de Bach, para apresentar a mais nova aquisição instrumental, um violoncelo da spalla, instrumento muito usado no começo do século 18.
A outra novidade é o contrabaixo de cinco cordas, com afinação vienense, usado em sinfonias, concertos e música de câmara na época de Mozart e Beethoven. O instrumento poderá ser apreciado no “Concertino em Ré Maior para flauta, viola, contrabaixo e orquestra”, de Johann Mathias Sperger. O compositor alemão foi um dos primeiros grandes virtuoses do instrumento. O concerto terminará com a única cantata que Bach escreveu em italiano, para voz de soprano com acompanhamento orquestral.
Márcio Páscoa e Gustavo Medina iniciaram a OBA e hoje integram o núcleo permanente, que conta com seis docentes. “A Orquestra cresceu e tem no histórico viagens, concertos, CDs dedicados à música brasileira, gravação de documentários e programas especiais, e até uma premiação da Academia Amazonense de Letras”, lembra o professor Márcio Páscoa.
A Orquestra Barroca do Amazonas abriu portas para diversos profissionais na área de música, como o professor mestre Gabriel Lima, que ingressou na orquestra ainda na graduação. Atualmente, ele é professor de viola na Escola Superior de Artes e Turismo (Esat/UEA).
“Entrei com curiosidade de aprender novos instrumentos, mas foi de lá que eu tirei um conhecimento que realmente nos diferencia. Nunca foi apenas prático e, sim, de um grande estudo, de pesquisar e investigar fontes que me transformaram em um músico mais consciente, de qualidade e exigência técnica”, disse o professor Gabriel Lima.
Para o professor Gustavo Medina, a ocasião é propícia para uma breve retrospectiva e análise da ciência musical e complexidades musicais. “Todos esses anos foram de uma experiência ímpar. Foi aqui que encontrei a fórmula perfeita para aprender com profundidade e, ao mesmo tempo, criar e saborear a boa música. Foi um caminho de realizações profissionais, de crescimento profissional, de orgulho para a instituição e para o Amazonas”, completa o professor Gustavo Medina.
Sobre a OBA – A Orquestra Barroca do Amazonas (OBA) foi formada em 2009 por professores e alunos de graduação e pós-graduação da UEA, e que contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). A OBA foi criada para se dedicar ao repertório escrito entre os séculos XVII e XIX, usando cópias fieis de instrumentos de época e abordagem interpretativa adequada. É considerado um espaço de formação, estágio e prática profissional de graduados, mestres e doutores.
Nesses 10 anos, a OBA tocou com diversos artistas do Brasil e da Europa e percorreu cerca de 50 cidades brasileiras de todas as regiões e diversas cidades de Portugal, Espanha e Itália. Esteve em festivais diversos, de música sacra, de música antiga, de música de câmara, de ópera, de música orquestral e concertante, tocou para balés e em espetáculos líricos, integrou campanha de valorização do patrimônio histórico em Manaus, Minas Gerais e ainda no Piemonte, apresentando-se em lugares históricos ou teatros e salas de concerto tradicionais.