A Secretaria de Cultura e Economia Criativa dá visibilidade a artistas trans com cotas e pontuação extra para o público trans
O Dia Nacional da Visibilidade Trans é comemorado anualmente no dia 29 de janeiro e celebra, desde 2004, o orgulho, a existência, a conscientização e a resistência da comunidade trans e travesti, dentro do movimento LGBTQIAPN+. Sabendo das dificuldades sociais desta minoria, tendo em vista vislumbrar o grande potencial criativo e artístico destes profissionais, o Governo do Amazonas, por intermédio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, executa ações inclusivas, elaborando editais específicos na área da Cultura, com cotas e pontuação extra para pessoas Trans (sendo estes transexuais ou travestis).
“No ano de 2024, considerando o pleito da sociedade, bem como as pesquisas que demonstram as dificuldades de acesso a posições de destaque por parte das pessoas trans, foi elaborado um edital específico para estimular as pessoas desta minoria a executarem ações culturais, atendendo aos objetivos do Órgão”, salienta Anne Paiva, assessora de Políticas Culturais da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.
De acordo com a assessora, os editais da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) agora estão selecionando projetos elaborados por agentes culturais trans, nas mais diversas manifestações e atividades artístico-culturais e de economia criativa, relacionados a iniciativas, produções, desenvolvimento de atividades de forma presencial ou virtual no Estado do Amazonas. O mesmo aconteceu com a Lei Paulo Gustavo (LPG).
As propostas podem conter ações em qualquer uma das modalidades das artes e da cultura, desenvolvidas de forma individual ou coletiva, de uma fase específica ou outro recorte, contemporâneas ou não, que visem estimular a difusão por meio de realizações artístico-culturais, podendo contemplar o elo da cadeia produtiva cultural, promovendo o acesso a obras artísticas e contribuindo para o fortalecimento da cultura em sua diversidade de áreas, temas e abordagens.
A dançarina Raiana Pinheiro, 23 anos, é uma travesti/mulher transexual que veio do interior do Amazonas, mais precisamente do município de Tapauá, e transita pelas artes, envolvendo moda, colagens, performances e principalmente a dança.
“Venho de uma família muito cristã mas que, felizmente, hoje em dia sabemos nos respeitar enquanto pessoas de vivências diferentes. Tenho levado cada vez mais a sério o meu trabalho e tento disseminar o conhecimento sobre ele para que outras pessoas também percebem esse profissionalismo na minha pessoa e na minha vertente de atuação”, ressalta a dançarina, que é formada em Licenciatura em Dança pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA), e desde muito nova tem esse contato com essa área de estudo.
Raiana conta que já fez parte de projetos que foram apoiados pela Lei Paulo Gustavo, em parceria com o espaço de criação Kuma Yoga, como por exemplo, o mais recente evento da “Cultura Ballroom 3.0 – Sustentabilidade Trans e Travesty”, que ocorreu no último sábado, 25 de janeiro. A artista afirma que agora está aguardando o resultado dos projetos que inscreveu na Política Nacional Aldir Blanc.
“É como mais tenho me movimentado na cena artística e de produção cultural, onde trago a cultura ballroom e dentro dela a dança vogue junto com outras vertentes da arte”, expressa.
FOTOS: Divulgação / Secretaria de Cultura e Economia Criativa