Experiência intensa e sensorial ganha novas apresentações neste sábado (1º/11) e domingo (02/11)

O público que lotou o Teatro Amazonas, na noite de sexta-feira (31/10), saiu impactado. A nova versão de Cabaré Chinelo, agora em formato de dança, transformou o palco em um mergulho profundo nas memórias da Belle Époque amazonense, ressignificando, com poesia e força, as histórias de mulheres marginalizadas durante o ciclo da borracha.
O espetáculo contou com o apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, resultado da parceria entre o Ateliê 23, o Corpo de Dança do Amazonas (CDA) e a Orquestra de Câmara do Amazonas (OCA). A estreia foi sob fortes aplausos, conduzida pelos diretores Taciano Soares e Eric Lima.
Uma experiência intensa para quem assiste
Quem estava presente na plateia viveu uma noite de pura intensidade. A combinação entre dança, teatro e música ao vivo criou uma atmosfera densa e arrebatadora. A OCA, sob regência do maestro Marcelo de Jesus, trouxe uma camada de improvisação inédita à trilha sonora, tornando cada movimento dos bailarinos único.
“Foi um espetáculo bem intenso. É a terceira vez que a gente colabora com o Ateliê 23 no Cabaré Chinelo. Desde a estreia da peça eu fiquei muito impactado e quis contribuir de alguma forma. Agora, foi completamente diferente, porque trabalhamos no improviso, não havia partitura, só sabíamos a tonalidade e seguíamos o que acontecia no palco. Isso exige concentração e conexão total. A resposta dos bailarinos, a interação com a orquestra, foi incrível. Estou muito feliz. A OCA realmente não tem limites”, destaca o maestro Marcelo.


Do teatro à dança
O espetáculo nasceu como peça teatral, em 2022, conquistando prêmios nacionais e reconhecimento de crítica e público. Em sua versão atual dançada, Cabaré Chinelo se reinventa sem perder a essência.
A dançarina Adriana Góes, do Corpo de Dança do Amazonas, destacou que essa transformação vai além da estética, é também política e emocional.
“Nas versões anteriores, eu era plateia e já fiquei impactada. Agora, no palco, percebo que a mudança vem pela linguagem, o teatro virou dança contemporânea, e isso nos permite expressar o que é ser mulher numa sociedade patriarcal. O espetáculo choca, impacta, e traz à tona questões do corpo feminino, da objetificação, da violência. É uma bebida amarga, mas necessária. A arte tem esse poder de mostrar as coisas de maneira escancarada, com poesia e cuidado. E esse espetáculo faz exatamente isso”, declara a dançarina.

Entre o público, o impacto também foi evidente. Muitos saíram do teatro emocionados e reflexivos com a força das cenas. “Eu não sabia muito sobre o espetáculo, só o básico, que era sobre mulheres na Belle Époque que vinham para Manaus e eram exploradas. Achei o espetáculo bem forte e realista na forma como tratou essa situação. Gostei muito”, afirma Renato Mendonça.
Convite ao público
Após a estreia intensa e em novo formato, o Cabaré Chinelo segue em cartaz neste sábado (1º/11) e domingo (02/11), novamente no Teatro Amazonas, prometendo mais duas noites de pura imersão artística.
Os ingressos estão disponíveis a partir de R$ 50, no site shopingressos.com.br, com classificação indicativa de 16 anos.
Quem ainda não assistiu, tem a chance de vivenciar um dos espetáculos mais ousados e sensíveis da cena amazonense. Uma obra que mistura beleza, dor e libertação e que, mais uma vez, prova porque o Cabaré Chinelo é muito mais que um espetáculo, é uma experiência.
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