Fotografias, pinturas com diversas técnicas, vídeos e poesia integram a mostra “Cheia das Artes”, que abriu a temporada de exposições da Casa das Artes neste sábado (15/01) e fica em cartaz até o dia 6 de março, de terça-feira a domingo, das 15h às 20h. A mais nova opção de cultura e lazer ofertada ao público pela Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa tem entrada gratuita e eterniza a cheia histórica do rio Negro registrada em 2021.
Localizada no Largo de São Sebastião, no Centro da cidade, a Casa das Artes recebe visitantes sem a necessidade de agendamento, mas com entrada controlada, evitando aglomerações.
A exposição, com curadoria de José Carlos Pinheiro, reúne obras em diferentes técnicas, estilos e linguagens visuais, como pintura, desenho, fotografia, grafite, arte digital, vídeo e poesia. Entre os artistas estão Alfredo Araújo, Eli Bacelar, Elizabeth Grubinger, Edson Queiroz, Francimar Barbosa, Francisco Barbosa, Fernando Júnior, Gisele Alfaia, Homero Amazonas, Hebe Sol, José Stênio, Mariana Rebouças, Nailson Novato, Raiz, Selma Carvalho, Sebastião Cândido e Zeca Nazaré, além de Clínio Roosevelt, de Tefé; Evanil Silva, de Parintins; e Téo Braga, de Itacoatiara.
O projeto mostra, por meio do olhar dos artistas, a maior cheia do rio Negro desde o início dos registros em 1902, quando alcançou a cota de 30,02 metros de cheia na capital. De acordo com o curador da mostra, José Carlos Pinheiro, ao vivenciar momentos grandiosos, os artistas se veem na obrigação de deixar um resgate histórico para as gerações futuras.
“A nossa contribuição é fundamental. Um dia, quem sabe, seremos lembrados por um trabalho que foi feito e um dia vai estar em livros, vai estar na Pinacoteca. Boa parte desse acervo vai fazer parte da história da nossa terra, e essa é a minha contribuição”, disse José Carlos durante a abertura da exposição.
Nailson Novato, artista nascido em Autazes, retratou de forma realista não somente a cheia, como o sentimento da população ribeirinha frente ao evento climático.
“Fui desenvolvendo, pegando os pontos mais críticos na questão da enchente e fui elaborando dentro do meu estilo de óleo sobre tela, realista. A vida ribeirinha é a mais afetada com a enchente e é algo bastante latente nas minhas obras, nas dos demais colegas do grafite, da fotografia e da poesia que também estão na exposição”, explicou Novato.
Para a fotografia, Selma Carvalho conta que acompanhou por vários dias, na capital e no interior, o movimento da cheia. O grande destaque das obras da fotógrafa na Casa das Artes está na iluminação que transmite emoção por meio das lentes da artista.
“Fiz essa experiência, fui em diversos horários, em diversos dias, exatamente para pegar a diferença de luz que nós trabalhamos (fotógrafos) para ter essa diversidade de imagens”, explicou.
Juliano Sales Cristóvão Coutinho
Imperdível – As pessoas que visitam o Largo de São Sebastião, localizado no Centro Histórico de Manaus, não podem deixar de apreciar a mostra, segundo o pernambucano Juliano Sales, 36.
“Eu acho que é uma experiência muito boa porque envolve tanto um evento histórico, que está relacionado a um tema muito atual no debate sobre essa questão ambiental e, ao mesmo tempo, é de uma qualidade técnica muito alta. Peças de arte muito bonitas, então está todo mundo mais do que convidado”, disse o visitante.
Protocolos – Nos espaços administrados pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa são exigidas a apresentação da carteira de vacinação na entrada, uso de máscara, medição da temperatura e distanciamento entre pessoas de 1,5 metro.
Os equipamentos passam pelo processo de sanitização e tem totens de álcool em gel em pontos estratégicos. As equipes também são treinadas para garantir o cumprimento dos protocolos de segurança e evitar qualquer tipo de aglomeração.
“Por ser um evento sem necessidade de agendamento nós fazemos o controle da entrada de pessoas, sendo 30 por vez. O espaço é arejado e seguimos todos os procedimentos de prevenção a Covid”, explicou Cristóvão Coutinho, curador da Casa das Artes.