Quais segredos guarda o maior festival de cultura popular da Amazônia? Quem é essa gente tão criativa e diversa que busca nos saberes da floresta e da vida ribeirinha uma força ancestral que transborda todos os anos em festa? O que faz dos Bois-Bumbás do médio-Amazonas um patrimônio imaterial brasileiro, uma fonte de inspiração para artistas de todo o país e um lugar onde muitas lutas se encontram?
Foi pensando em tudo isso, e na valorização dos artistas e das artes em Parintins, que a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa decidiu renovar a cada dois anos os murais do Bumbódromo. Após um edital de concorrência, a obra escolhida para a fachada principal foi “Patrimônio em festa”, de Pito Silva.
Ela traduz, de forma vibrante, os significados desta arena onde ocorrem as batalhas do povo da Francesa e da Baixa do São José, entre os Bumbás Caprichoso e Garantido! Quando foi pintado o mural “Vitória da Cultura Popular”, celebrávamos o fim da pandemia, o retorno da festa que faz da antiga Tupinambarana a capital nacional do Folclore. Era a alegria que nos tomava as mentes e corações. Uma ode à consciência de estarmos vivos e de fazermos parte de universo físico e cosmológico em risco, mas que enfrenta com coragem e determinação o desafio de produzir outros e novos futuros.
Agora, trata-se de um convite para o encontro com nossas raízes e nossos jeitos de saber e fazer: festança multicul- tural e patrimônio de todos! É nossa história que convoca quem chega à ilha a mergulhar na rivalidade que alimenta a disputa dos Bois, a vestir azul ou vermelho para se integrar no universo mágico de Parintins.
Artista: Pito Silva
Curadoria: Diego Omar