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Reabertura da Galeria do Largo traz sete manifestações culturais inéditas de artistas amazonenses

Espaço passou por reformas e reabre nesta terça-feira (24/5), com exposições de fotografia, imagens e grafismo

Fotos que dialogam com o cotidiano do caboclo amazonense na cheia dos rios do Amazonas, registradas pelas lentes do fotojornalista Antonio Lima, estão em destaque na reabertura da Galeria do Largo (Rua Costa Azevedo, 290 – Largo do São Sebastião), nesta terça-feira (24), às 18h. A exposição divide o espaço com mais seis manifestações culturais de artistas amazonenses.

A Galeria do Largo, administrada pelo Governo do Estado por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, completa 17 anos de fundação.

“A Galeria do Largo é referência no Estado para produções artísticas. Nesta nova fase, o espaço vem mais moderno, com exposições de fotografias e vídeos, técnicas diferentes de pintura, dando voz, principalmente, aos artistas periféricos do nosso Estado”, afirma o secretário da pasta, Marcos Apolo Muniz.

Segundo o curador da Galeria do Largo, Cristóvão Coutinho, a proposta do espaço é permitir a inserção de novos artistas e dar a oportunidade a outros nomes já consolidados no mercado.

“Buscamos reunir artistas dentro de sete exposições que tratam sobre assuntos da contemporaneidade. A reabertura da casa culmina, também, com a volta do projeto ‘Espaço Mediações’, quinta edição, onde os curadores das exposições adotaram temas, sendo a maioria com abordagem na cultura indígena e cabloca”, explica Coutinho.

Exposições – Na fotografia, a Galeria das Artes apresenta a exposição “Sem Bêra, Nem Êra”, do fotojornalista, Antonio Lima, nascido em Nova Olinda do Norte, que soma mais de 30 anos de carreira. Na sua primeira exposição, Lima eterniza o cotidiano dos ribeirinhos na cheia de 2012.

São 37 fotos de moradias alagadas, captadas no Rio Amazonas, entre o Lago dos Reis e o município de Careiro da Várzea.

“Na época fui fazer uma matéria na Comunidade do Marimba e, no percurso, me chamou atenção aquelas casas alagadas, as cores, a arquitetura, e comecei a refletir sobre o quanto aquela situação de destaque na mídia internacional faz parte do cotidiano do ribeirinho. O que para muitos pode ser uma tragédia, para eles (ribeirinhos) é uma dificuldade, mas que conseguiram se adaptar às condições climáticas, respeitando o curso normal da natureza”, comenta Lima.

A galeria aborda a temática indígena com a mostra “I.Margens”, que reúne o trabalho de fotógrafos militantes da causa, entre os quais, Alonso Júnior, Andressa Zumpano, Bu’u Kennedy, Cunhaporanga Tatuyo, Cruupoohre Akroá Gamela, Juliana Pesqueira, Paulo Desana, Raphael Alves, Robert Coelho, Samela Saterê-Mawé, Tayna Sateré-Mawé.

A exposição recebe um “Mural da Resistência” estampado com fotografias de profissionais com representatividade na temática indígena.

“São fotos do movimento nacional indígena captadas em Brasília, a exemplo da Marcha das Mulheres e Acampamento Terra Livre”, disse o organizador da exposição de fotos, Alberto César Araújo. Dividindo o mesmo espaço, as fotografias interagem com imagens da mostra “I.

Margens – Entre Sonhos e Telas, Mundos Imaginados”, com curadoria Gustavo Soranz.

A reabertura da Galeria do Largo traz, ainda, a exposição “Contato com Gentil”, que reúne desenhos e pinturas do artista indígena Séribhi Tëoñari, Kumú, conhecido no meio urbano como Gabriel dos Santos Gentil, falecido em 2005.

Além da mostra de fotografias bordadas, “Maoberau – Uma ponte entre dois mundos” (In memoriam a Nazaré), por Naia Arruda; a exposição de grafismo “Sopa de Caretas”, de curadoria de Ítalo Alus. A temática de gênero é representada pela exposição “Travesti, ordem y progresso”, por M4fel Matagal, uma artista preta da periferia da Cidade Nova, Zona Norte de Manaus.

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