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SEC oferece ‘Vivências de Regência de Ópera’ para alunos da UEA

Em sua primeira edição, “Vivências de Regência de Ópera” tem como objetivo dar aos alunos a oportunidade de vivenciar o dia a dia de um regente e o contato com a profissão de forma prática. Foto: Michael Dantas/SEC

Todos os dias, Rodrigo do Amaral vai ao Teatro Amazonas, senta-se na primeira fila da plateia, abre uma apostila e acompanha atentamente as partituras, enquanto a Amazonas Filarmônica ensaia no palco. Ele é um dos participantes do curso “Vivências de Regência de Ópera”, que está sendo oferecido pela Secretaria de Estado de Cultura (SEC) para alunos da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), dentro da programação educacional do 22º Festival Amazonas de Ópera (FAO), que estreia no dia 26 de abril.

“Aos 17 anos, eu assisti a um concerto no Teatro Amazonas. Naquele dia, quando a orquestra estava executando a ‘Nona Sinfonia’, de Beethoven, sob a regência de Marcelo de Jesus, eu decidi que queria ser maestro. Esse momento é muito importante!”, diz Rodrigo sobre a oportunidade de, quase dez anos após a decisão, na condição de finalista do curso de Regência da UEA, contar com a orientação de Marcelo de Jesus, que conduz a experiência junto com os maestros Luiz Fernando Malheiro e Otávio Simões.

Em sua primeira edição, “Vivências de Regência de Ópera” tem como objetivo dar aos alunos a oportunidade de vivenciar o dia a dia de um regente e o contato com a profissão de forma prática. Os participantes acompanham, no Teatro Amazonas, de segunda a sábado, os ensaios da Amazonas Filarmônica e da Orquestra Experimental da Amazonas Filarmônica, para o Festival de Ópera.

“Nesse primeiro momento, eles assistem aos ensaios e, ao final, nós conversamos, eles perguntam, tiram as dúvidas”, explica Marcelo. “Mas o intuito maior é que eles pratiquem a regência nos ensaios, quando o diretor passa a mesma cena várias vezes. Vamos fazer duas, três vezes, e depois eles experimentam reger a orquestra”, adianta.

O maestro destaca que o trabalho de um regente de ópera é muito específico e que, durante o curso, os participantes poderão observar as peculiaridades. “Um regente de ópera é completamente diferente do regente sinfônico, que trabalha com orquestra e peças corais, e do regente de balé, por exemplo. Ele é o único que trabalha essas três vertentes”, afirma. “É muito específico, é muito abrangente, e essa experiência que os alunos estão tendo no curso será muito importante na formação deles”, pontua.

Marcelo também enfatiza que acompanhar o trabalho de três maestros pode ajudar os alunos na construção da forma de reger de cada um. ”Eles terão contato com três maestros com características totalmente diferentes, desde a forma como regem a orquestra, até no jeito como montam os ensaios. Os alunos têm que prestar atenção nisso, com intuito de achar, dentro da técnica, o seu gestual, a sua forma de conduzir”, comenta. “Existe um monte de regras que a gente tem que seguir, mas a forma de reger é como uma assinatura. A regra número um é não copiar. Copiou, errou”, observa.

Oportunidade – Rodrigo afirma que tem observado toda a movimentação do maestro e dos músicos durante os ensaios. “Estou vendo como o maestro resolve os detalhes, como ele trata cada instrumento, as partes técnicas. Estou aprendendo muito e vejo que o mais importante é o domínio que se tem sobre a peça”, diz. “É preciso estudar as partituras, analisar os instrumentos, algumas partes harmônicas, pois essas coisas são muito importantes para chegar lá na frente, dominar e entender tudo o que está acontecendo durante a execução da ópera”, opina.

O pianista Célio Vulcão, 41 anos, também participa do curso do FAO e destaca a bagagem que agregará à formação. “Fiz todo um trajeto na música popular e, em 2015, resolvi ingressar na universidade e me dei uma oportunidade de realizar um sonho, que é ser maestro. Estou vendo esse curso como uma oportunidade de ouro, porque precisamos ter o contato com a prática, entender todos os processos. Estou aproveitando cada momento, tudo é especial e é uma bagagem que vou levar para a minha formação, para a minha vida profissional”, afirma.

O maestro Adroaldo Cauduro, professor de Regência Orquestral e Coral do curso de Música da UEA e titular da Orquestra Sinfônica da UEA, destaca a oportunidade que os alunos têm de acompanhar o processo de produção do Festival.

“O contato com a Amazonas Filarmônica é fundamental, porque é uma referência em ópera, pela qualidade do trabalho dos regentes, pela quantidade de óperas muito bem produzidas”, observa. “Os alunos não poderiam perder a oportunidade de acompanhar e aprender não só sobre a regência, mas também sobre o processo artístico de produção do festival”, pontua.

Certificação – O curso “Vivências de Regência de Ópera” iniciou no dia 2 de abril e segue até 30 de maio, de segunda a sábado, durante os ensaios da Amazonas Filarmônica e da Orquestra Experimental da Amazonas Filarmônica, no Teatro Amazonas. Os alunos que tiverem 70% de frequência receberão certificado assinado pelos maestros Luiz Fernando Malheiro, regente titular da Amazonas Filarmônica e da Orquestra Experimental da Amazonas Filarmônica; Marcelo de Jesus, regente titular da Orquestra de Câmara do Amazonas (OCA); e Otávio Simões, regente titular do Coral do Amazonas.

Sobre o 22º FAO – Realizado pelo Governo o Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC), com patrocínio master do Bradesco, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, Ministério da Cidadania e Secretaria Especial de Cultura, o 22º Festival Amazonas de Ópera acontecerá de 26 de abril a 30 de maio.

Em 2019, o evento celebra o centenário de nascimento de Claudio Santoro, com a apresentação da ópera “Alma”, do compositor e maestro amazonense. Também estão na programação “Ernani”, de Giuseppe Verdi; “Maria Stuarda”, de Gaetano Donizetti; “Tosca”, de Giacomo Puccini; e “Mater Dolorosa”, baseada na cantata “Stabat Mater Dolorosa”, de Giovanni Pergolesi. Os ingressos para o FAO 2019 já estão disponíveis na bilheteria do Teatro Amazonas e no site www.bilheteriadigital.com/teatroamazonas, com valores que vão de R$ 2,50 a R$ 60.

A programação paralela contará com o Recital Bradesco, com canções compostas por Santoro; projeto “Ópera Mirim”, que apresentará “L’enfant et les Sortilèges” (O Menino e os Sortilégios), de Maurice Ravel, feita com marionetes pelos artistas do Pequeno Teatro do Mundo; o encontro “Os Teatros de Ópera e a Economia Criativa na América Latina”, voltado para apresentar dados e casos de sucesso sobre a Indústria da Ópera na América Latina; concerto do Dia das Mães e Mulheres da Ópera.

Sobre o Bradesco Cultura – Com centenas de projetos patrocinados anualmente, o Bradesco acredita que a cultura é um agente transformador da sociedade. O Banco apoia iniciativas que contribuem para a sustentabilidade de manifestações culturais que acontecem de norte a sul do País, reforçando o seu compromisso com a democratização da arte. São eventos regionais, feiras, exposições, centros cu lturais, orquestras, musicais e muitos outros, além do Teatro Bradesco em São Paulo. Em 2019, estão previstas diversas atrações como o espetáculo OVO, do Cirque du Soleil, o Lollapalooza Brasil, os festivais de Parintins e Tiradentes, as festas juninas de São João do Caruaru e Campina Grande e o Natal do Bradesco, em Curitiba. Segue em cartaz O Fantasma da Ópera. 

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