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Tour pelo Centro de Manaus vai debater Patrimônio Cultural das cidades amazônicas

Foto: Michael Dantas/ SEC

Sobrados, casarios, a orla do rio Negro e o Largo de São Sebastião fazem parte do tour pelo Centro Histórico de Manaus, a ser realizado durante o Dia do Patrimônio Cultural. Promovido a partir da parceria entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Secretaria de Estado de Cultura do Amazonas (SEC), o roteiro prevê palestras sobre a memória da Belle Époque amazônica e os significados do Patrimônio Cultural na atualidade.

O Dia do Patrimônio, celebrado em 17 de agosto, é uma homenagem ao nascimento de Rodrigo Melo Franco de Andrade, o primeiro presidente do Iphan. “É uma oportunidade de combinar a percepção das referências culturais com o entendimento de sua história, celebrando e debatendo o Patrimônio em todas as suas dimensões”, explicou a superintendente do Iphan-AM, Karla Bitar. O evento tem uma particularidade: como a área do porto de Manaus é privada, essa será uma chance para a população conhecer o Conjunto Arquitetônico e Paisagístico do Porto de Manaus, às margens do rio Negro, tombado pelo Iphan desde 1987.

O secretário estadual de cultura, Marcos Apolo Muniz, destacou que a programação desenvolvida pela parceria entre Iphan e SEC foi pensada para unir lazer e conhecimento. “Será um momento em que a população vai poder se aprofundar na nossa cultura de forma prazerosa e divertida. Nosso patrimônio está acessível a todos que queiram conhecê-lo e certamente esse roteiro vai ampliar essa aproximação do público”, observou.  

A programação alusiva ao Dia do Patrimônio se inicia no dia 14 de agosto, durante o Tacacá na Bossa, show realizado semanalmente no Largo de São Sebastião, com o espetáculo O Patrimônio Cantado. O repertório é composto por composições que narram o cotidiano e as vivências de artistas no Centro de Manaus. Ainda durante o evento, a população poderá fazer as inscrições para a visita guiada pelo centro histórico de Manaus; também será realizado sorteio de publicações sobre o patrimônio e exibição de filmes.

O roteiro do dia 17 começa às 8h, na sede do Iphan-AM. De lá, para o porto de Manaus e, então, rumo ao Palacete Provincial. Atualmente, o prédio abriga cinco museus, que estarão abertos à visitação gratuita no Dia do Patrimônio: Museu Numismática, Museu da Imagem e do Som do Amazonas, Pinacoteca do Estado, Museu de Arqueologia e Museu Tiradentes, além do Ateliê de Restauro de Obras de Arte.

Já no Palácio da Justiça, a partir das 13h30, técnicos do Iphan e da SEC vão ministrar palestra sobre Patrimônio Cultural. Chegando ao Largo de São Sebastião, a partir das por volta das 16h, haverá uma visita guiada ao Teatro Amazonas, símbolo do ciclo econômico da borracha em Manaus. O circuito histórico-cultural será conduzido pelo professor Otoni Mesquista, docente da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e pesquisador da Belle Époque amazônica a partir da intersecção entre História e Arte. À noite, por fim, haverá roda de capoeira e o espetáculo A quem será que se destina, do Corpo de Dança do Amazonas.

Centro Arquitetônico e Urbanístico de Manaus

O roteiro pelo centro de Manaus revela a história de formação da capital amazonense – e um importante capítulo da memória amazônica. Com o advento de técnicas de processamento da seringa e a crescente demanda internacional, a Amazônia se tornou maior fornecedora mundial de látex, tendo Belém e Manaus como entrepostos comerciais.

Pelos rios da região, seringueiros extraíam o látex que alimentaria as transformações urbanas das capitais. Nas cidades, as elites se inspiravam na cultura francesa do final do século XIX para conduzir importantes mudanças: assim ficaria conhecida a Belle Époque amazônica. E os mais de dois mil prédios tombados pelo Iphan no centro de Manaus são testemunhas desse período.

Na virada entre os séculos XIX e XX, Manaus recebeu intervenções típicas da modernidade, marcas que estarão no percurso do tour. Em estilo neorrenascentista, o Reservatório de Mocó, por exemplo, foi inaugurado em 1899 com o objetivo de solucionar problemas de abastecimento; sua estrutura metálica foi importada da Inglaterra. Já o Centro de Artes Chaminé é o local onde funcionou estação de tratamento de esgoto, cuja construção foi concluída em 1910. 

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