Moedas antigas, móveis da época do auge da borracha, armas medievais estão entre itens expostos nos museus do Governo do Estado

Dentro da programação da 16ª Primavera dos Museus, que iniciou na terça-feira (20/09) e segue até domingo (25/09), oito museus administrados pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa estão com visitação mediada gratuita. A iniciativa nacional, organizada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), evidencia no Amazonas fatos curiosos do passado, incluindo a época áurea da borracha, e, no aspecto cultural, as tradições, hábitos e costumes dos povos originários e de outros continentes.
Inúmeras curiosidades são encontradas nos espaços culturais, como no Palacete Provincial, na praça Heliodoro Balbi, Centro de Manaus. Por mais de 100 anos, o prédio histórico abrigou o comando da Polícia Militar do Amazonas, e em 2009, tornou-se um espaço cultural, que atualmente abrange cinco museus. O Museu de Numismática Bernardo Ramos, um dos mais procurados do complexo, reúne mais de 35 mil moedas do mundo, do período antes de Cristo aos dias atuais.
A gerente de eventos do Palacete Provincial, Márcia Fernandes, adianta que no museu é possível encontrar moedas greco-romanas de imperadores como Calígula e Nero, além de moedas do continente asiático e africano em vários formatos.
“O Museu de Numismática possui uma moeda óbolo, que era colocada sobre os olhos dos mortos, antes do sepultamento, para fazer o pagamento do barqueiro que os levava para a eternidade. Tem também a segunda menor moeda do mundo, que vem da Inglaterra, com a efígie da rainha Vitória. É um material de valor científico muito rico e que desperta a curiosidade das pessoas”, disse.
O Museu Tiradentes, que também está inserido no complexo do Palacete, abriga móveis da época de 1900. São réplicas de armamentos medievais, bandeiras da Guerra dos Canudos, cela in memória e exposição de armas.
Outro espaço que reserva curiosidades é o Centro Cultural dos Povos da Amazônia, no Distrito Industrial. O local multidisciplinar concentra vários ambientes com atividades culturais, entre os quais, o Museu do Homem do Norte, que dispõe de um acervo impressionante com mais de 4 mil peças.
“O impacto da história, da nossa cultura, chama atenção dos visitantes. No ritual da Tucandeira, os meninos aos 10 anos precisam suportar a dor com a luva e palha trançada infestada de formigas. Assim, eles se tornam grandes guerreiros nas suas tribos. No ritual da Menina Moça, que acontece no primeiro ciclo menstrual, a indígena jovem tem os fios de cabelos arrancados à mão, pela índia mais velha da tribo”, explica Márcia sobre o acervo do local.
Período da borracha
O Museu do Seringal Vila Paraíso, situado em um afluente do Igarapé do Tarumã-Mirim, permite vivenciar o ambiente dos tempos áureos da borracha no Amazonas, trazendo o percurso dos seringueiros na coleta da seringa, vivências laborais, religiosas e festivas. Segundo Márcia, o cenário do museu foi montado para a gravação do filme “A Selva” (2002), que se passa no ano de 1912 e tem como protagonista a atriz Maitê Proença.
“A Secretaria de Cultura do Estado manteve o espaço e conseguiu torná-lo atrativo. Lá, os visitantes conhecem a casa dos fazendeiros, os móveis antigos, a igreja que os seringueiros frequentavam e outras curiosidades”, relata.
Visitas mediadas
• Palacete Provincial: terça a sábado, das 9h às 17h
• Museu do Homem do Norte: terça a sábado, das 9h às 15h
• Museu do Seringal Vila Paraíso: segunda a domingo, das 9h às 16h; nas quartas-feiras o espaço é fechado para manutenção
Endereços dos museus
• Palacete Provincial: praça Heliodoro Balbi (Praça da Polícia), Centro
• Museu do Homem no Norte: Centro Cultural dos Povos da Amazônia, avenida Silves, Distrito Industrial
• Museu do Seringal: Igarapé São João, afluente do Igarapé do Tarumã-Mirim. Saídas na Marina do Davi, estrada da Ponta Negra, com as embarcações da Cooperativa dos Profissionais de Transporte Fluvial da Marina do Davi (Acamdaf). Por pessoa, R$ 21 (cada trecho). Horários de saída com intervalos de uma hora.