Obra que celebra o imaginário amazônico e une jazz à música brasileira tenta concorrer em duas categorias da maior premiação da indústria musical

Após ser lançado e ganhar o coração do público na edição do Amazonas Green Jazz Festival, em agosto deste ano, o álbum “A Onça e o Pajé”, composto pelo multi-instrumentista, compositor e arranjador carioca Jovino Santos Neto e a Amazonas Band, agora tenta concorrer a lista dos indicados ao Grammy Awards 2026, nas categorias Large Jazz Ensemble Album e Best Instrumental Composition.
A obra é um trabalho que celebra o imaginário amazônico e exalta a riqueza musical do Brasil com toques da cultura jazzística. O Grammy Awards é a maior premiação da indústria musical no mundo, cuja 68ª cerimônia será em 1º de fevereiro de 2026, na Crypto.com Arena, em Los Angeles (EUA). O CD “A Onça e o Pajé” foi lançado com apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Economia Criativa e Cultura.
A edição elegerá as melhores músicas e álbuns lançados entre 31 de agosto de 2024 a 30 de agosto deste ano. O CD amazônico “A Onça e o Pajé” foi inscrito para tentar entrar na lista de indicações à premiação.
A gravação é resultado de uma parceria de Jovino Santos com a Amazonas Band, que tem 22 músicos e o regente Rui Carvalho, além de participações especiais como o trompetista Johabe Quadros e o saxofonista Elias Coutinho, ambos de Belém, capital do Pará.
O álbum é composto de oito faixas que celebram o imaginário amazônico e exaltam a riqueza musical brasileira. A faixa-título, “A Onça e o Pajé”, também faz referência ao yguarité, ritual indígena conduzido pelo xamã do boi-bumbá Garantido, no Festival de Parintins, que se transforma em onça para apaziguar conflitos espirituais. Essa transformação, vista como uma manifestação da força da natureza e da conexão entre os mundos, reforça a importância da onça e do pajé na cultura amazônica.
“É uma honra imensa ver um trabalho tão conectado à Amazônia chegar ao Grammy. Esse álbum nasceu do encontro entre a força da floresta e a riqueza da música do Brasil. Mais do que uma conquista pessoal, é um reconhecimento para o imaginário cultural da região amazônica e seus povos tradicionais”, afirma Jovino.

Nascido na cidade do Rio de Janeiro (RJ), Jovino é biólogo de formação e sempre teve uma conexão profunda com a região amazônica, tendo até sido aprovado em um mestrado em Manaus. Porém, na época, optou por integrar a banda do multi-instrumentista e compositor, Hermeto Pascoal, onde ficou por 15 anos.
Atualmente, Jovino vive em Seattle (EUA), onde lecionou por mais de 26 anos no Cornish College of The Arts, mas nunca deixou de explorar o melhor da música brasileira e seus gêneros, como samba, choro, baião, xote, forró e marcha. Toda essa dedicação já rendeu a ele três indicações ao Latin Grammy Awards, sendo uma na categoria World Music com o CD “Brasileiro”, do músico Sérgio Mendes, em 1992.
Rui Carvalho, regente da Amazonas Band, ressalta a importância da indicação. “Participar deste projeto foi uma experiência única. A Amazonas Band tem muito orgulho de levar o som da nossa região para o mundo. Agora é torcer pelo melhor resultado na votação”, finaliza.
