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Liceu de Artes e Ofícios Claudio Santoro estreia o espetáculo Corpo-Sentimento: O Clube da Madrugada

Grupo Experimental de Teatro (GET) do Liceu lançou montagem em homenagem ao movimento Clube da Madrugada protagonizado por artistas amazonenses nos anos 50

A herança artística e de resistência cultural deixada pelo Clube da Madrugada na história da arte amazonense foi o tema central do espetáculo encenado na última quinta-feira (28) no Teatro Amazonas, a obra “Corpo-Sentimento: Clube da Madrugada” é realizada pelo Grupo Experimental de Teatro (GET) do Liceu de Artes e Ofícios Claudio Santoro, administrado pelo Governo do Estado do Amazonas por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa.

O diretor do Liceu, Davi Nunes, comenta o desempenho e a potência do corpo artístico. “É o grupo do Liceu que mais tem se aproximado a um processo mais profissionalizante pelo tempo que eles estão aí estudando, os desafios são muitos e eles vão avançando, os professores todos tem formação superior e o grupo se torna de grande representatividade da Secretaria de Cultura e do teatro local”, destaca o gestor.

O ator Roberto Canedo integra o GET e foi um dos artistas que integraram o elenco do espetáculo. “Foi um trabalho construído desde o começo do ano e foi algo esplendoroso pra mim, um sonho realizado!”, explica Roberto. Questionado sobre o futuro de artistas e profissionais da arte no Amazonas, o artistas parafraseou uma das falas dos remanescentes do Clube da Madrugada que estiveram presentes no evento, quando trouxe a noção de multiverso sobre experiências como essas onde a arte se reinventa no tempo histórico. “Todos estamos nesse multiverso juntos então é preciso procurar beber dessa fonte desses poetas de toda nossa cultura e nossa história”, destacou o ator.

Herança Literária

O escritor Tenório Telles esteve entre os convidados e homenageados durante o espetáculo e falou sobre a importância da continuidade da arte dramática ao longo das gerações. “A cultura é como uma corrida de bastão, uma geração mais velha surge, trabalha, produz mas precisa passar esse bastão adiante pelas novas gerações que vão continuar essa luta pela cultura pela arte e no momento certo vai passar esse bastão para uma nova geração”, exemplificou o artista.

“Nos anos 50 quando surgiu o clube da madrugada o acesso a educação era muito difícil inclusive ao ensino médio, ensino superior, muito mais difícil ainda, foi a partir dessa inquietação que surge o projeto de criação da Zona França de Manaus que foi o projeto de um poeta. As pessoas não sabem, não lembram, mas quem fez o projeto de criação da zona franca pra suprir a situação econômica que nós vivíamos porque depois do período da borracha, Manaus entrou no processo de decadência social”, finalizou Tenório relembrando o impacto da exploração sem sustentabilidade na região.

Fotos: Aristeu Santos/Liceu Digital

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