Desde 1997, ano em que a então Secretaria de Estado de Cultura foi criada, o Teatro Amazonas recebe pessoas de todo o mundo para conhecer a história de um dos maiores ícones arquitetônicos do Amazonas e do país. Em 2019, o número de visitação turística no local bateu recorde e foi o maior em 22 anos, com 116.750 pessoas, entre turistas locais, nacionais, internacionais e estudantes.
O número recorde de visitantes no local, administrado pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, é referente apenas à visitação turística, não abrangendo o público em espetáculos da casa. Os dados foram coletados pela Assessoria de Planejamento da secretaria por meio do livro de registros de visitantes; relatório diário, mensal, anual de visitação turística; e relatório estatístico de visitação diário, mensal e anual.
Para o diretor do Teatro Amazonas, Cândido Jeremias, o motivo para o contínuo crescimento de turistas se deve a vários fatores, entre eles a atualização no roteiro de visitação, a abertura de exposições temporárias, visitas gratuitas em datas comemorativas e o atendimento a diversos públicos. “Tentamos manter sempre a qualidade de atendimento, pensando na inclusão e na conservação deste patrimônio histórico do Amazonas”, afirma.
“Em 2019, estreamos exposições temporárias temáticas – como do Carnaval e do Festival Amazonas de Ópera -, fizemos eventos especiais em datas comemorativas, com as visitas teatralizadas, além de eventos pelo turno da manhã, no hall e no salão de espetáculos, que chamaram mais visitantes. Todos estes fatores contribuem para o aumento dos turistas, contando ainda com a qualidade do trabalho da equipe do Teatro, que está aqui de terça a domingo, de manhã nas visitas e à noite nos espetáculos, para atender o público”, ressalta.
Em 1997, o Teatro Amazonas recebeu 32.575 visitantes, e o número cresceu desde então. Em 22 anos, o patrimônio, que completou 123 anos em 2019, já recebeu mais de 1.490.000 mil turistas. No ano passado, o local recebeu um novo roteiro de visitação, com mobiliário e as salas nos pavimentos reorganizadas, novos itens adicionados, além de novidades como a área de chapeleiro e um piano de caixa da antiga Casa Ivete Ibiapina, onde os visitantes podem arriscar algumas notas.
“Ficamos felizes com os números apresentados pelo Teatro Amazonas, um dos maiores patrimônios do país, pois demonstra que procuramos desenvolver atividades que agradaram o público, e a maioria dessas atividades tinha acesso gratuito ou um preço acessível, além do nosso compromisso com a acessibilidade. O Governo do Estado do Amazonas espera tornar a cultura ainda mais acessível em 2020”, declara o secretário de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz.
Acessibilidade – Também em 2019, o Teatro Amazonas ganhou uma cabine de Libras própria, graças ao Projeto de Aquisição de Equipamentos para Promover a Acessibilidade de Pessoas com Deficiência Visual e Auditiva no Estado do Amazonas, do Governo do Japão, por meio do Consulado do Japão em Manaus.
Com um aporte de, aproximadamente, R$ 270 mil do governo japonês, o Teatro recebeu uma cabine de Língua Brasileira de Sinais (Libras) definitiva e equipada com câmera filmadora, mesa de corte, amplificador e televisores, além de novos fones de ouvido utilizados nas audiodescrições de espetáculos.
Sobre o Teatro – Principal símbolo cultural e arquitetônico do estado, o Teatro Amazonas, localizado no Largo de São Sebastião, no Centro de Manaus, mantém viva boa parte da história do ciclo da borracha, época áurea da capital amazonense.
Inaugurado no dia 31 de dezembro de 1896 e tombado como Patrimônio Histórico Nacional em 1966, o Teatro Amazonas preserva parte da arquitetura e decoração originais. O estilo arquitetônico é renascentista, com detalhes ecléticos.
Na área externa, a famosa cúpula é composta por 36 mil peças nas cores da bandeira brasileira, importadas da Alsácia, na França. A maior parte do material usado na construção do teatro foi importada da Europa: as paredes de aço de Glasgow, na Escócia; os 198 lustres e o mármore de Carrara das escadas, estátuas e colunas, são da Itália.
A Sala de Espetáculos tem capacidade para 701 pessoas, distribuídas entre a plateia e três pavimentos de camarotes. No teto côncavo, estão quatro telas pintadas em Paris pela tradicional Casa Carpezot. As telas representam a música, dança, tragédia e ópera. Esta última é uma homenagem ao compositor brasileiro Carlos Gomes. Ao centro, um majestoso lustre de bronze francês. Máscaras nas colunas da plateia homenageiam compositores e dramaturgos, entre eles, Aristophanes, Molière, Rossini, Mozart e Verdi.
No Salão Nobre, onde aconteciam os grandes eventos sociais da época, destaca-se a pintura do teto feita por Domenico de Angelis, em 1899, e que foi batizada de “A glorificação das Bellas Artes da Amazônia”.
Visita mediada – O roteiro de visitação do Teatro tem duração média de 40 a 50 minutos, em que o visitante pode conhecer um pouco da história do patrimônio, passando pela Sala de Espetáculos, Salão Nobre e o camarim de época, além de exposições e itens históricos nos três pavimentos.
A entrada é gratuita para crianças até 10 anos, para pessoas com deficiência e para amazonenses, mediante comprovação de naturalidade.
Os demais visitantes pagam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada). A meia-entrada é voltada a estudantes, pessoas acima de 60 anos, professores, doadores de sangue, militares e acompanhantes de pessoas com deficiência.